A maioria dos produtores de café iniciam a colheita da safra no mês de maio, segundo conta o técnico da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) no município, Marcos Roberto de Souza. Por esta razão, são feitas orientações para o melhor aproveitamento e cuidados para a apanha.
Ele explica que, tecnicamente, a colheita deve ser iniciada quando a planta tiver cerca de 80 a 90% de grãos maduro, ou seja, pode ser feita postergação do início da apanha por um período de 15 a 20 dias que tenha aumento da qualidade e no peso do produto.
Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, a pandemia da Covid-19 vai exigir dos cafeicultores mineiros mais cuidados durante o período de colheita do café, previsto para os meses de maio a setembro. “Um atraso na colheita pode propiciar que a Covid-19 tenha sua curva amenizada e as operações ocorram em um ambiente de quase normalidade. É uma hipótese a ser avaliada por cada cafeicultor”, comentam especialistas da pasta.
Sobre os deslocamentos de colhedores entre municípios mineiros, o comitê de enfrentamento da Covid – 19 esclarece que o produtor deve verificar, antecipadamente, se há restrição de trânsito intermunicipal. Em relação à contratação de trabalhadores, os agricultores não devem recrutar pessoas pertencentes aos grupos de risco até que as autoridades sanitárias suspendam as restrições impostas para o trabalho delas em ambiente coletivo. No caso dos indivíduos com sintomas aparentes da Covid-19, a orientação é providenciar o imediato isolamento e a comunicação aos profissionais de saúde locais. Estes cuidados são importantes para preservar a saúde dos trabalhadores e minimizar os impactos da pandemia na safra de café.
Proteção
As propriedades ficam obrigadas a afixar em pontos estratégicos orientações para higienização das mãos, e disponibilizar, de forma permanente, álcool 70%, sabão e água limpa, especialmente em locais de aglomeração de pessoas, como refeitórios e alojamentos.
Propriedades que fornecem refeições devem oferecê-las em marmitas (ou quentinhas, como são chamadas em alguns locais).
Nesses ambientes, devem ser tomados, rigorosamente, todos os cuidados de higienização das mãos e do próprio recinto, além de serem assegurados o distanciamento mínimo e a ventilação natural. Deve-se evitar a aglomeração de pessoas no refeitório criando um escalonamento em pequenos grupos.
Banheiros dos trabalhadores devem ser instalados em um ambiente bem ventilado, com disponibilidade de água e sabão para higienização das mãos e partes expostas.
Além disso, a orientação é que os equipamentos (derriçadeiras manuais motorizadas), EPI’s (óculos, luvas, dentre outros), recipientes como garrafões e garrafas, bem como os panos de colheita, sacarias e peneiras devem ser separados e identificados com o nome do trabalhador.
Todos esses itens devem ser higienizados diariamente e a utilização por outra pessoa só deve ser autorizada após cuidadosa desinfecção. É importante reforçar que objetos pessoais como talheres, copos, canivetes, isqueiros, cigarros e outros não devem, sob hipótese nenhuma, ser compartilhados.
Na derriça do café, seja manual ou com derriçadeiras, a orientação é que cada fileira seja colhida pelas mesmas pessoas, considerando-se a distância social mínima de 2 metros. O pagamento da colheita deve ser feito de maneira escalonada ou ao longo da semana ou do dia, de forma a evitar filas e aglomerações.
A EMATER desenvolveu uma cartilha específica para os cuidados que devem ser tomados, mediante a pandemia da Covid-19, para a colheita do café.
Publicado em: 21 de maio de 2020